FREGUESIA DE PRADO
HISTÓRIA
Prado, localizada junto da margem esquerda do rio Minho, encosta-se geograficamente à sede do concelho, ocupa uma área de 261 hectares,
Confronta com o rio Minho (tendo a Galiza na outra margem), a norte, com a Vila, Roussas e S. Paio, a nascente, Paderne, a sul e poente, e Remoães, a poente.
Compreende os seguintes lugares principais: Cortinhas, Corredoura, Gandras, Morinheiras, Outeirão, Rego, Souto, Leiros, Ferreiros, Serdedo, Santo Amaro, Breia,
Palheiros, Secas, Bouços, Bouça Nova, Raposos, Arrochal, Serra e Malhagrilos.
É terra antiga, com povoamento remoto. Provam-no os muitos vestígios de considerável valor arqueológico encontrados nos seus limites. Rocha Peixoto aí encontrou vestígios de cerâmica ornamentada em alguns sítios arqueológicos desta freguesia e particularmente no Monte de Prado sobranceiro ao rio Minho. São peças em pedra lascada, da Idade da Pedra, e objectos em cerâmica com ornamentações ou outros utensílios, de épocas também longínquas mas posteriores.
De acordo com o Pe. Aníbal Rodrigues, o seu topónimo terá origem na existência de grandes e numerosas propriedades de pastagem para o gado vacum, caprino e lanígero. Na verdade, é célebre na história de Melgaço o chamado monte de Prado, onde passavam o Inverno os gados de Castro Laboreiro. Luís Vale descreve o monte como “verdadeira mancha verde de pinheiros, um local de prazer e repouso, descendo por pequenos vales frondosos até à frescura das águas do Minho’.
As terras são baixas e férteis, bem irrigadas, mas soalheiras, o que levaria os pastores das zonas montanhosas a descer até estes prados com os seus gados, sempre que lá em cima os pastos se tornavam escassos.
S. Lourenço de Prado foi freguesia filial, tal como a vizinha Remoães, da de S. Paio.
No registo feito para avaliação dos bens e rendimentos paroquiais em 1546, quando a paróquia já pertencia à diocese de Braga, ficou anotado que metade de São Lourenço de Prado andava anexa a Santa Maria do Campo e que a outra metade tinha sido doada a São Paio de Melgaço.
O abade de S. Paio apresentava o vigário, que tinha trinta mil réis de côngrua e o pé-de-altar. A renda era dividida em quatro partes iguais: uma para o abade da freguesia mãe; outra, chamada renda do castelo, para a casa de Bragança; as outras duas eram para a mesa arquiepiscopal de Braga.
A infanta D. Urraca, filha de D. Fernando Magno, deu metade desta renda a D. Jorge, bispo de Tui, em 1071. Onega Fernandes e seus filhos, Paio Dias e Argenta Dias, deram ao bispo D. Afonso a quarta parte, em 1118. Finalmente, a rainha D. Teresa e seu filho, D. Afonso Henriques, deram ao mesmo bispo, em 1125, a quarta parte restante.
A freguesia beneficiou, em Novembro de 1513, do foral de Melgaço, concedido em Lisboa por D. Manuel 1. Em 1839 fazia parte da comarca de Monção. No ano de 1874 constava já na comarca de Melgaço.
No campo monumental, merecem referência nesta freguesia, para além das capelas da Serra, de Santa Bárbara e de Santo Amaro, principalmente a igreja paroquial, do século XVIII e sem um estilo definido, e algumas alminhas.
Quando o ano de 1999 já se aproximava do seu final, a Junta de freguesia de Prado dava as informações que se seguem: por cedência de terrenos por parte da Junta de Freguesia está instalada no Prado uma Escola Profissional para pessoas com problemas físicos, motores e intelectuais que tem tido uma grande repercussão em todo o Alto Minho. E já na fronteira com a freguesia da Vila está em fase de acabamento um espectacular Centro de Estágios Desportivos do Alto Minho, com campos desportivos, ginásios, pistas de atletismo e um belo hotel residencial. Ainda se faziam sentir os efeitos dramáticos sob o ponto de vista demográfico, da emigração que ao longo de décadas foi esvaziando esta e muitas outras freguesias da região.
Actualmente a tendência está invertida, embora ainda cerca de 60% dos activos trabalhem na agricultura a acreditar na informação prestada pela Junta de Freguesia de Prado. As terras são boas e compensam, principalmente no que respeita à produção do magnífico vinho Alvarinho de que os naturais se orgulham. As actividades ligadas ao secundário são escassas e resumem-se a oficinas de reparação mecânica e à construção civil.
A relativa proximidade da Vila de Melgaço faz com que não seja necessário um convívio com algum significado económico para além da oferta de bens de consumo corrente e imediato. Aliás todos os serviços são procurados em Melgaço. Os acessos viários à freguesia são razoáveis e assentam na E.N. Valença - Monção – Melgaço e na rede municipal, esta a carecer de melhoramentos. A população está servida pela rede pública de abastecimento domiciliário de água, mas não dispõe de rede de saneamento básico, sendo usual a utilização de fossas sépticas. A recolha de resíduos sólidos é feita em toda a freguesia e em dois dias por semana.
Na área da educação escolar, para além da Escola Profissional já mencionada, funciona apenas o 1.º ciclo do ensino básico. Os restantes níveis são prestados em Melgaço, tal como o é toda a assistência médica e medicamentosa à população.
A Junta de Freguesia tem tido um especial papel na construção de espaços desportivos, pelo que dum modo geral e nesta área a população se sente bem servida de equipamentos. Está em preparação a construção de mais um Centro Desportivo que servirá as freguesias de Prado e Vila, bem como todo o Alto Minho e a própria Galiza.