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FREGUESIA DA GAVE

FREGUESIA DA GAVE

 

 Informação Sumária

 

Padroeira: Nossa Senhora da Natividade.

Habitantes: 280 habitantes (I.N.E.2001) e 391 eleitores em 31-12-2003.

Sectores laborais: Agricultura e pecuária, vinicultura, construção civil e pequeno comércio.

Feiras: Feira de Gado (Junho) na Veranda de Aveleira.

Tradições festivas: N. Sra. da Guia (último domingo de Junho), N. Sra. da Natividade (8 de Setembro), N. Sra. do Alívio (Agosto), S. Cosme e S. Damião (Dezembro) e N. Sra. de Fátima (Outubro).

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja paroquial, capelas da Senhora do Alívio e de S. Cosme e S. Damião, Margens do rio Mouro com suas azenhas e verandas da Aveleira e do Covelo  .

Gastronomia: Broa de milho, cabrito à moda de Serra, cozido à portuguesa.

Artesanato: Tecelagem em lã e linho.

Colectividades: Associação Desportiva e Recreativa de Gave.

 

 

ASPECTOS GEOGRÁFICOS

 

A freguesia de Gave está localizada no lindíssimo vale do rio Mouro. Estende-se por 975 hectares de terras amenas e férteis basicamente formadas em socalcos pelas encostas montanhosas da serra da Peneda, desde o leito do rio Mouro, até ao alto da Serra, de onde se obtém uma esplendorosa vista panorâmica.

Lá no alto, estão como testemunhas da extraordinária beleza as Brandas ou Verandas. As Verandas da Aveleira e do Covelo, localidades onde estão muitas moradias de verão, servem ao mesmo tempo de casas de veraneio e de região para a pastorícia e agricultura.

Do núcleo maior de moradias da freguesia, onde se encontram também, a igreja paroquial, a escola e a sede da junta, desfruta-se igualmente, de vistas panorâmicas impossíveis de serem esquecidas, por quem tenha o privilégio de conhecê-las.

Gave está circundada pelas seguintes freguesias vizinhas: No lado norte, a partir da outra margem do rio Mouro, Cousso. No nascente, Parada do Monte. Do concelho de Arcos de Valdevez, as freguesias de Sistelo e da Gavieira são os limites a sul. Do concelho de Monção, a freguesia de Riba de Mouro está a demarcar o lado poente.

Gave compõe-se dos seguintes lugares: Baldosa, Listedo, Costa, Sobreira, Lameiro, Chãos, Barroca, Cofares, Ferrão, Pias, Lage, Coelhos, Senhora do Alívio, Igreja, S. Cosme, Pombal, Serdeiral, Vale, Prolteiro, Eiriz,Barreiros, Nogueira, Covelo e Aveleira.

O Topónimo Gave pode ter várias origens. Entre algumas possíveis, temos as seguintes hipóteses de nomes para apreciação: Gave seria segundo opinião de alguns autores, uma corrupção de Gavião, ou de Gávea. Gávia, Gábea, Gábia, Agabre ou Agrabe. Ou ainda Cávia ou Cávea. Pela proximidade com a Gavieira podia, por isso, ter aí também, uma das origens para o nome.

Parece merecer uma boa aceitação, a hipótese do nome Agrabe ou Agabre, palavra do Latim Grave, que quer dizer “pesado, custoso, penoso, doloroso. Porque, era dificultoso, carregando o que quer que fosse, atingirem-se os locais desta região.

 

 

RESENHA HISTÓRICA 

 

Américo Costa refere a antiga freguesia de Santa Maria de Gave, como vigairaria do reitor de Riba de Mouro, no termo de Valadares, pertenceu a este an­tigo Concelho até 24/10/1855 quando passou para o de Melgaço.

A paróquia não está referenciada documentalmente antes do século XIV. Foi uma vigairaria da apresentação do Reitor de Riba de Mouro e pertenceu até 1855 ao concelho de Valadares extinto nesse mesmo ano. Alguns documentos da Época Moderna atribuem-lhe a denominação de Gavea, mas em 1936 pelo decreto lei nº 27424, de 31 de Dezembro, foi-lhe dado oficialmente o nome de Gave.

Por serem de extrema importância na freguesia e na região como um todo, importa falar-se mais a respeito das  Brandas ou Verandas que constituem com as Inverneiras, um curioso fenómeno de ocupação humana do espaço natural envolvente. Através do sistema das Brandas e das Inverneiras, duas áreas distintas dum território são ocupadas e exploradas em paralelo por uma mesma comunidade humana, a qual, em complementaridade, ocupa alternadamente e de acordo com o calendário de mudanças estacionais, ora uma área ora outra.

A mobilidade residencial é o critério diferenciador que conduz à bipartição da área geográfica e social, em lugares de população sedentária (fixos) e lugares de população migrante. As Brandas e as Inverneiras pertencem à modalidade de lugares móveis e a forma particular de organização da vida económica e social da população que integra as Brandas e as Inverneiras, constituem as diferenças em relação ao ecossistema do qual fazem parte. Por outro lado, a situação geográfica e as características climáticas, bem como a situação do espaço provocada pelo aumento demográfico, parecem constituir as explicações mais próximas para a origem das Brandas e das Inverneiras.

Tradicionalmente as Brandas eram áreas de pastagens onde se fixavam os pastores com os seus rebanhos durante a estação estival com a finalidade de protegerem os pastos das Inverneiras necessários à alimentação dos animais, durante todo o resto do ano.

No território da freguesia de Gave não são utilizadas as Inverneiras, mas registam-se duas Brandas, que obviamente se localizam em plena Serra da Peneda. São as Brandas do Covelo, uma das encostas da freguesia e a Branda da Aveleira já em pleno planalto serrano.

Presentemente estas Brandas apresentam uma tendência mais votada ao estudo dos usos de ocupação e “habitat” agro-pastoril do passado e também a fins turísticos procurando dessa forma extrair-se alguma rentabilidade complementar à vida dura e pobre da montanha.

Procura-se assim recuperar as casas das Brandas para desenvolver o turismo rural, aproveitando todas as potencialidades que a Natureza oferece a quem a sabe respeitar e dela usufruir.

No aspecto turístico, a principal referência vai para a Branda da Aveleira onde existe em funcionamento, um complexo turístico, com turismo de habitação e em ambiente rural, muito bem integrado na paisagem natural, própria do planalto (a 1000 metros de altitude).

A freguesia de  Gave não tem muita população. Ao todo serão, pelas informações da Junta de Freguesia cedidas em finais de 1999, pouco mais de 700 pessoas. Em 1991 eram 388 e esse número de habitantes traduzia um notável decréscimo de nada menos que – 24% em relação à população registada no Censos de 1981. A taxa de analfabetismo em 1991, subia aos 28%, enquanto que a média concelhia não chegava a 20%. A grande maioria (78,9%) dos indivíduos activos trabalhava a agricultura de minifúndio para auto consumo das suas famílias. Segundo informação da junta de Freguesia essa proporção ainda se mantém em valores próximos aos que se verificavam nesse ano. As terras produzem batata, milho, centeio  e vinho de várias castas.

O comércio disponível na freguesia não ultrapassa os limites duma oferta limitada aos bens e produtos de primeira necessidade. Para tudo o mais, há que ir a Melgaço (a 13 km).

Os acessos viários fazem-se pela E.N.201 entre Melgaço e Castro Laboreiro.

Ainda acerca da Branda da Aveleira vale a pena visitar o site  https://www.brandadaaveleira.com

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